domingo, 16 de agosto de 2009

Reação dos insensatos: extremos

postado por: Antonio Ronys





Em várias situações do cotidiano em que devemos tomar alguma decisão, é muito difícil evitarmos uma posição extremista. O homem, devido à ânsia em afirmar sua posição, é propenso a estar nessa condição. Geralmente, as decisões que tomamos têm por objetivo mudar ou melhorar determinada circunstância. A sensatez e o equilíbrio são virtudes de muita importância em um julgamento. Principalmente, quando tratamos a respeito da doutrina do Espírito.
A igreja no decorrer da História se encontrou em diversas situações que enfatizava determinada atitude extrema. É o caso do montanismo, um movimento que surgiu a partir do seu líder, Montano, que orando em seu quarto, viu que a Igreja estava passando por um momento de formalismo e estagnação espiritual e a partir daí, julgou que Deus iria fazer uma mudança, um avivamento na Igreja, e junto com duas irmãs, Priscila e Maximila, saíram profetizando pelas ruas da Europa enfatizando a doutrina escatológica, os dons espirituais e a santidade. O movimento montanista não foi visto com bons olhos, no entanto, Tertuliano, conhecido como o Pai da Teologia Latina, chegou a aderir o movimento. Todavia, mesmo com um adepto tão importante, o movimento não foi aceito e os concílios da época condenaram esse segmento religioso.
Situações como essa vem acontecendo no decorrer dos séculos. Temos como exemplo, os valdenses, os morávios, os quacres e agora bem recente o “grande avivamento” que ocorreu na Igreja de Toronto no Canadá, onde pessoas julgando estar sobre o poder do Espírito Santo se comportavam de maneira bizarra, alguns produziam sons de animais, como cachorro, leão, ou gato, entre outros excessos, e declaravam que um grande avivamento espiritual estava acontecendo.
Podemos observar que no transcorrer dos tempos, o que vem acontecendo entre os cristãos, é que alguns dão ênfase nas manifestações do Espírito sem o acompanhamento das Escrituras Sagradas, abrindo assim, espaços para exageros e puerícias. Outros, bem mais receosos, passam a julgar e criticar qualquer movimento que apareça, mesmo sem analisar biblicamente, mas sim, impelido por um grande preconceito, o que pode culminar em algo puramente intelectual, teórico e sem vida. Assim, tem ocorrido essa disputa no cenário cristão como dois irmãos que travam uma batalha mortal dentro de suas próprias casas, devido à falta de equilíbrio entre as posições.
O que não se pode negar é que dentro do Cristianismo há uma grande necessidade de cada cristão ter uma espiritualidade que busca uma vida religiosa com plena satisfação e autenticidade diante de Deus, enquanto os extremistas se distanciam da verdade e perdem o grande privilégio de viver uma espiritualidade genuína com Deus. Os cristãos sinceros estão em um grande dilema, que exige muita cautela e principalmente, responsabilidade em se colocarem como moderadores e mestres para guiar aqueles que estão embriagados e fanáticos por experiências sem fundamento bíblico e os que estão saturados de preconceito e incredulidade.
Temos uma grande oportunidade de desfrutarmos das bençãos de Deus, de sentir o infinito poder, amor e graça de Deus, não buscando simplesmente as sensações das experiências, mas sim, buscando a Deus e desejando ardentemente conhecê-lo, cujo sentimento resultará em experiências sinceras e extraordinárias. Sejamos criteriosos para não chegarmos a um excesso de desordem e carnalidade em nome do Espírito, por outro lado, que isso não venha a extinguir o Espírito, privando de algo que Deus, em Cristo, nos legou, onde infelizmente, os extremos se distanciam um do outro perdendo aquilo que Deus quer entregar.
Que Deus nos dê graça e autoridade para combater os extremos com humildade, para sermos conforme a sua palavra escrita e termos uma vida cheia do Espírito Santo.

4 comentários:

Felipe Inácio disse...

A paz do Senhor ir. Ronys!
Parabéns pela postagem, bem equilibrada e edificante! Bom seria se todos os cristãos tivessem esse equilíbrio. Creio que viveríamos uma espiritualidade viva e verdadeira.
Que Deus possa nos abençoar cada vez mais!



Soli deo gloria!!!

claudio pimenta disse...

Otima colocaçao! igual os extrmeos da teologia da prosperidade para a teologia da miseria!


www.exejegues.blogspot.com

onesimo mesquita disse...

É, de fato equilibrio é algo q muitos não conseguem pois tentam viver baseados no seu proprio entendimento.
Divisão é tambem um tema que causa um pouco de mau estar na vida cristã. Quando dividimos palavra/espirito na vida crista, isso ocorre em grave erro.Temos q viver numa integralidade pois toda ação do Espirito e direcionada pela palavra, e a palavra prescisa da confirmação e manisfestação do Espirito.

Valeu,
Meu filosofo!

Onesimo Mesquita

Unknown disse...

Belíssimas palavras, querido Ir. Ronys. Confesso que me levaram a altas reflexões, mas que também me trouxeram dúvidas para entender qual seria a forma mais adquada de nos portarmos na presença de Deus, tendo em vista que vemos na Bíblia comportamentos que geraram escâdalos para alguns, mas que foram aceitos por Jesus ou mesmo pelo próprio Deus. Ressalte-se por oportuno, que é difícil aquilatar o grau de manifestação e comportamento das pessoas através dos relatos bíblicos, como na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, na descida do Espírito no dia de Pentecostes ou mesmo na dança de Davi na chegada da Árca a Jerusalém.
Diante destas incertezas, prefiro me preocupar - não com a forma - de quem verdadeiramente está por traz de cada manifestação, se Deus ou o Diabo.
Com as devidas vênias, minhas escusas pelas controvérsias suscitadas, más, do contraditório se tiram as mais belas idéias.
Ir. Sandro (Bela Vista).