domingo, 17 de outubro de 2010

Uma crítica aos críticos

postado por Felipe F. Inácio

Dentro do cristianismo atual, tem surgido dois grupos que se apresentam neste contexto. O grupo dos que distorcem o Evangelho e o dos que tentam consertá-lo. No entanto, muitos dos que compõem este segundo grupo utilizam de uma crítica desprovida de um real fundamento, ou seja, muitos destes criticam por criticar sem que haja amor para com o próximo, sem que haja solução ao problema e sem notar alguns pontos positivos de uma determinada posição contrária a nossa. Parece meio contraditório o que se pretende escrever por meio deste artigo e dentro deste blog. Porém, tudo que há exageros, radicalismo cego e falta do “ser cristão” deve sempre ser combatido. E é por isso que agora resolvemos apontar a arma para nós mesmos.

A apologética sempre foi uma ferramenta muito útil no Cristianismo. A defesa do Evangelho foi e sempre será função de todo cristão que ama a Palavra de Deus. No entanto, além de amar o Verdadeiro Deus e sua Palavra devemos também amar o nosso próximo. Se o apologeta se preocupa somente em destruir, denegrir e envergonhar o oponente ele estará mais parecido com o nosso adversário do que com um proclamador do Evangelho. A tarefa primordial da apologética cristã é a defesa da Fé, mas esta defesa deve conter a resposta ao dilema do homem e o amor à vítima de engano. Mas será que é isto que alguns apologetas fazem? Será que não são apenas críticos sem a menor consideração pela vida do homem?

Estes cristãos que brincam de gangorra, na qual nunca se estabiliza em uma posição moderada, têm levantado uma bandeira que não se sabe se é do cristianismo ou se é de um bloco de carnaval. O pecado se mostra como um ator que assume diferentes personagens. E uma dessas máscaras é a falsa apologética que é cheia de orgulho, egoísmo, falta de amor ao próximo e de compromisso com a verdade. A falta de amor ao próximo se reflete em não tentar saber porque ele chegou a determinada posição. O que fez com que ele se desviasse do caminho verdadeiro. E a resposta sempre culminará em um pensamento pecaminoso e é a este que devemos atacar. Devemos nos revoltar por o coração humano sempre querer se aproximar do pecado e mesmo o homem sendo o agente ele também é vítima desse estado, para relembrar a metodologia de um dos maiores apologetas do século XX , Francis Schaeffer, devemos fazer com que o disperso da verdade leve as últimas conseqüências a sua forma de pensar e a partir daí mostrar o caminho da obediência à verdadeira Fé.

No afã da crítica muitos também, não percebem os seus próprios fundamentos. Por exemplo, alguém que critica a Teologia da prosperidade e diz que o crente deve ser pobre, não percebe que a Bíblia não condena as riquezas, mas sim o amor a estas. Muitos criticam os falsos pastores que usam de corrupção dentro da Igreja, e adotam uma postura anti-ofertas, sem se preocupar com as reais necessidades financeiras de um ministério genuíno. Outros criticam os exageros de grupos como Diante do Trono e outros similares, mas no momento de adoração, recusa-se a demonstrar qualquer emoção, sendo indiferente quanto a adoração ao Soberano Criador. Assim, essas pessoas de tanto criticar já não sabem mais onde depositar sua confiança, quais os seus fundamentos, apresentando-se muitas vezes criticando suas próprias crenças. Há momentos em que o “apologeta” cria uma aversão tão grande a um determinado oponente que tudo que este fala, parece ser cheio de engano. E mesmo que fale algo verdadeiro, o crítico desconfiará achando que dentro desta verdade se apresenta a mentira, não parando pra pensar no que o indivíduo quis dizer e só tomando conclusões precipitadas.

Devemos repensar acerca de nossa apologética, Quem somos? Quais os nossos objetivos? Que valor tem a vida daquele a quem consideramos o nosso oponente? Para isso devemos relembrar os fundamentos básicos de nossa crença, como o amor ao próximo, a busca da resposta ao dilema humano e o reconhecimento de que os efeitos noéticos do pecado afetaram gravemente a forma de pensar do homem. Em nossa mente, a apologética deve servir a um único propósito, que é o da evangelização, o do “fazei discípulos”, mesmo que estes se digam discípulos de Cristo, mas o negam em atitudes. Portanto, nossa metodologia deve ser o amor a Verdade e ao próximo, nosso objetivo, a Salvação da alma.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Preservando a Promessa de Salvação


postado por: Antonio Ronys

Existe uma batalha espiritual constante em todo cristão verdadeiro, uma vez que a velha natureza procura reinar na vida de todo bom servo do Senhor. Mas sobre a importância desse assunto nem sempre estamos ligados e vigilantes. Como é conflitante a idéia de termos que lutar contra nós mesmos. Contudo, fazer vista grossa para o pecado, como se ele fosse um mal necessário, é uma forma correta de viver segundo o Espírito?Somos tão fortes que mesmo vivendo segundo a inclinação da carne, podemos vencê-la a qualquer instante?

O Cristão e sua constante Batalha

Paulo é bem enfático em afirmar que não somos mais devedores da carne, conseqüentemente somos devedores do Espírito Santo(Rm8.12). No v.13 ele adverte com mais severidade a indolência dos crentes: “se viverdes segundo a carne morrereis...”. O apóstolo fala pra igreja de Éfeso sobre a necessidade do cristão despir-se do velho homem para em seguida vestir-se de um novo homem (Ef 4.22-24). É preciso que nos esvaziemos do pecado, pois ele nos impede de termos a plenitude do Espírito.

Como é agonizante para um cristão sincero não viver esta plenitude. A urgência em abandonar o pecado é uma tarefa obrigatória, o nosso dever como cristão é mortificá-lo, ou o pecado tirará nossa paz, gozo e vida. Ele age como um parasita que insiste em sugar o sangue da vítima para sobreviver. Os cristãos de hoje devem valorizar a disciplina, domínio próprio e uma vida santa, e isso não é uma opção, mas um dever.

Vejamos o que Paulo tem a dizer em 1 Co 9.27:” Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado”, perceba bem o quanto ele valorizava a prática da santidade e como estava preocupado em dignificar seu chamado.

Agora pare por um instante sua leitura e pondere no que foi lido até agora. O que você tem feito para renunciar a si mesmo? Que valor você tem dado as promessas de Deus? Não se engane! Se não lutarmos estaremos perdendo para nosso inimigo. A analogia que Paulo faz de um atleta que muito se esforça para ganhar uma simples e momentânea honra, ilustra bem a luta de todo cristão contra o pecado, “Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece...”(1Co9.24-25).

Todo cristão fiel tem uma bendita e eterna promessa de salvação que vale muito mais do que se possa imaginar. Se tivermos tal promessa como uma máquina propulsora, então precisamos preservá-la. Não troque um valioso diamante por algumas bolas de gude. Pense, pense bastante...

O Espírito como principal agente santificador

“Mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente vivereis.” O Espírito ao qual o Apóstolo se refere não é outro, senão o Espírito Santo. Mortificar os feitos do corpo é atividade que não ocorre à parte do Espírito. O cristão não pode gloriar-se achando que é auto-suficiente, pois é sempre pelo poder do Espírito de Deus. Ele opera a santificação no homem de modo pleno. Se tentarmos viver uma vida santa sem o Espírito Santo, não passaremos de homens legalistas.

O crente tem três grandes adversários: O mundo, o diabo e nossa própria carne. Essa quadrilha não dá trégua e o diabo é o grande articulador disso tudo. Ele usa o externo (mundo) para nos enganar e quanto mais perto estivermos da zona de perigo, mais vulneráveis estaremos. O inimigo coloca combustível nos corações dos homens usando o mundo. Evitar o lugar da tentação, evitar dialogar com o tentador são ótimas maneiras de vencermos as astutas ciladas do maligno.

Quando lemos Gn 3.6 podemos perguntar: o que fazia Eva perto da árvore proibida? Quando entramos na zona de perigo fica difícil sairmos ileso. Na oração dominical nos é ensinado “ não nos deixe cair em tentação...” Infelizmente para alguns cristãos que ainda não se deram conta da realidade e tratam o pecado de maneira leviana, cairão certamente nos laços do diabo. Para alguns cristãos o pecado é como um veneno doce, se alguém engolir irá morrer, mas muitos preferem apreciar o sabor agradável ao paladar. Pessoas assim estão vivendo por um fio.

Há pessoas que se encontram nesse estado e que até oram a Deus, mas se orarmos pedindo a Deus que nos livre do pecado e não fugirmos do mesmo é como colocar a mão no fogo e pedir a Deus que não a deixe queimar. O cavalo não nos leva a nenhum lugar se não tiver arreios, nem o vapor ou o gás movimenta qualquer coisa se não forem confinados ou nenhuma queda d’água se transforma em energia elétrica se não for canalizada. Assim, nenhuma vida tem um grande crescimento se não for disciplinada, concentrada e dedicada.

Conclusão

Devemos estar em constante alerta, com bem sintetizou Herry Ward: “muitas vezes as tentações grandes e abertas são as mais inofensivas porque chegam com bandeiras trêmulas, tambores rufando e todas as suas armas em à vista. Sabemos, assim que estamos diante de inimigos que querem nos causar dano e nos preparamos para encará-lo e resistir a eles. Nosso pior inimigo é aquele que nos surpreende e entra sorrateiramente em nossas defesas” Lembre-se que fomos alistados para uma batalha e que nesse cenário a santidade não é uma inserção de conflitos, mas a vitória por meio delas. Que Deus possa nos ajudar nessa caminhada e que no fim possamos falar como Paulo “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a Fé.” (2tm 4.7)


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Como devemos Orar?

Lembro-me de certa vez quando reunidos no quintal de nossa casa eu e meus irmãos, após uma oração em grupo, estavamos satisfeitos, tinhamos acabado de orar.

Mas, Deus fala conosco e diz, "Agora quero que orem ".

Ficamos pensando, se o que tinhamos acabado de fazer não era uma oração.

Oramos novamente e por estas palavras nossos corações se quebrantaram.

Entendemos que o sentido da oração não é o que dizemos ao Pai, mas como chegamos diante DEle, ou como queremos ser vistos por Ele naquele momento.

Entendemos a soberania de Deus na salvação completa da nossa alma e vimos a Glória de Deus manisfesta nisso.


“Não oraremos de uma maneira correta a menos que a preocupação por nossa própria salvação e zelo pela glória de Deus sejam inseparavelmente entrelaçados em nossos exercícios.” [João Calvino, O Livro de Salmos, Vol 3, p.259]
Por,
Priscilla Mesquita

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Para Refletirmos


“Não fechemos, pois, por nossa desumanidade, a porta da misericórdia de Deus, a qual se apresenta a nós tão liberalmente.”

“Os homens jamais encontrarão um antídoto para suas misérias, enquanto, esquecendo-se de seus próprios méritos, diante do fato de que são os únicos a enganar a si próprios, não aprenderem a recorrer à misericórdia gratuita de Deus.” [João Calvino, O livro do Salmo, Vl 1, (Sl 6.4), pp.128,129.]


postado por,
Priscilla Mesquita

O homem no "controle" da vida.



Fiquei estarrecida com o que ouvi, embora estejamos vendo muitas coisas contrárias a Bíblia, aos ensinamentos de nosso mestre, coisas absurdas no mundo todo, ainda assim parece que não vimos o suficiente para nos despertar e partir para a defesa da fé cristã.

O caro Bispo, afirma veementemente que é a favor do aborto como Planejamento Familiar, e que não tem medo de pecar ao afirmar tão aberração, e mais, que se peca, peca consciente, pois não tem medo de estar contrariando as ordenanças bíblicas.

Em sua exposição ele afirma que é melhor tirar (matar) o feto do que lhe proporcionar uma vida indigna (no lixão, sendo bandido, etc.).

Mas eu pergunto aos caros leitores! O que é uma vida indigna? Vejamos!
Uma vida sem dinheiro? Sem carros luxuosos? Sem mansão? Sem helicópteros?

Ou, sem Deus, sem paz, sem certeza de salvação??

Para ele, a vida do homem é uma conseqüência do meio, das circunstancias, e não um decreto divino. Pelo que vemos parece que Deus não tem poder nenhum para transformar vidas, nem sustentar seus filhos!

Ora caros leitores, o Sol da Justiça Brilha para justos e injustos. O que temeremos? Aquele que dá a vida é o mesmo que a sustenta! Aleluia!!!

por,
Priscilla Mesquita.




segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O Espelho e a Vida Crista.

Tempos difíceis são estes, os nossos! Ser cristão para muitos é um status, para outros é uma verdadeira aportunidade de se dar bem financeiramente. O certo é que a lugar para todos no grande palco da vida evangélica brasileira.

Se Tiago, pastor da igreja de Jerusalém da igreja primitiva estive aqui nesses tempos, ele diria que nosso problema é que não nos olhamos muito no espelho Verdadeiro que reflete nossa alma e seu estado. Pois se todos olhássemos para este Espelho veríamos o quanto necessitamos na verdade é de mais santidade, comunhão e meditação na Palavra de Deus.

Mais muitos até dirão “Lemos a Bíblia!” tentando se justificar, e Tiago diria: E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; Porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era. A significância do que Tiago disse é muito profunda, pois o estado da amnésia de muitos evangélicos é letal. Nosso contemplar de rosto no Espelho que é a Palavra, deve se refletir em auto-exame e profunda convicção de que temos que viver em santidade nesse mundo tão arruinado pelo pecado.

Nosso Senhor espera que vivamos o seu evangelho, e assim cumpramos nosso papel de sal e luz nessa terra, como agentes de transformação do Seu Reino aqui nesse mundo.


por

Onésimo Alves de Mesquita.

domingo, 4 de julho de 2010

Gratidão


Sou grata Senhor pois,

- com sua grande misericórdia, tem renovado os meus dias e por causa dela não sou consumida! (Jr. 3:22-23)

- com seu amor, enviou seu Único Filho para morrer pelos eleitos! (Jo 3:16)

Sou grata Senhor pois,

- tens guardado tesouros para mim! (Mateus 6:20)

- tem visto minha necessidade mesmo sem eu merecer! (Mateus 6:30-32)

Sou grata Senhor pois,

- Tú iluminas a vida dos homens! (João 1:4)

- um dia manifestaremos contigo! ( Col 3:4)

- a tua palavra me guia e me faz entender todas as coisas, e por isso rendo louvores ou Rei eterno, invisível mas Real. (1 Timoteo 1:15-17)


O espaço é pequeno pelas inúmeras coisas que tens descrito a nós em tua palavra.


por, Priscilla Mesquita

ok


Ok, o blog está pronto e com algumas novidades!


- Vocês podem reparrar no novo Template do blog que é simples mas bem mehor que o anterior.


- Agora temos um menu com um formulário de contatos onde você pode deixar lá sugestões de assuntos para serem postados, fazer perguntas bíblicas, ou até enviar um texto seu para ser analisado e quem sabe postado aqui no nosso blog preservando é claro os seus direitos autorais.


Portanto mãos a obra: aos administradores - não deixem de postar e atualizar o blog, isso pode ser uma ferramenra poderosa pra anunciarmos a verdade.


Aos blogueiros, seguidores - não deixem de entrar, ler e comentar e compartilhar o que tem aprendido.


Na Paz de Cristo,


Priscilla Mesquita.


sexta-feira, 2 de julho de 2010

Atenção: Melhoras e Reformas

Aos caros amigos blogueiros e principalmente administradores deste blog Apologia e Espiritualidade, venho mui respeitosamente informa-lhes das mudanças no blog. Em ultimo contato com o Ir. Onésimo foi me passado a missão de mudar o Template (Design) do Blog, portanto fica o aviso de que o Blog está em reforma para melhor proveito de todos nós, que possamos nos sentir motivamos a escrever e compartilhar do que temos visto e aprendido de Deus.

Até ficar totalmente pronto os irmãos perceberão muitas mudanças nos detalhes, não deixem de acessar ou postar seus comentários e artigos aqui.

Na Paz de Cristo,

Priscilla Mesquita.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Nadando contra a maré?




Postado por Felipe F. Inácio


Observando o crescimento exponencial que os evangélicos têm assumido nos últimos anos, percebemos que o número de pessoas preocupadas com questões sociais, política e econômica que o mundo enfrenta é mínimo. Temos visto crises em toda a existência humana, mas ao que parece, a maioria dos evangélicos não tem encontrado relevância no esforço em melhorar um mundo que só tende a piorar. Isso nos leva a pergunta: Qual o papel da Igreja em meio a nossa sociedade?

O Evangelho que presenciamos em nossos dias não tem abarcado o homem por completo. Age como uma espécie de teologia “manca”. Têm se feito uma dicotomia entre secular e sagrado. E para muitos, o evangelho é algo que se refere unicamente à religião. Vemos um total desinteresse com matérias presentes em nosso dia-a-dia. Quantos cristãos proclamam com ar de “espiritualidade” que não devemos nos preocupar com temas como política, sociedade e economia! Para eles, o que importa é que tudo isso acabará e viveremos em um lar celestial! Estas pessoas se recusam a tentar mudar a situação atual, pois para eles o mundo vai de mal a pior, até que tudo se finde. Para estas, o “mundo jaz no maligno”, somos “peregrinos na Terra” e este “mundo é passageiro”.

No entanto, quando olhamos de uma forma mais ampla o conceito bíblico acerca dessas questões, vemos um Deus que ao criar o mundo, desejou glorificar o seu nome e esta glória era em todas as áreas da vida. Com a entrada do pecado por meio do homem, a glória de Deus ficou manchada. Tudo passou a ser caos. Cristo, então, vem ao mundo para restabelecer aquilo que foi perdido com o intuito de redimir o homem, para que este volte a refletir o esplendor divino. Ele veio não para agir em uma única esfera da vida, mas veio para restaurar o homem por completo. No coração do homem regenerado agora, passa a ecoar as palavras de Abraham Kuyper: “Não há um único centímetro quadrado em todos os domínios da existência humana sobre o qual Cristo, que é o Soberano sobre tudo, não clame: é meu!”¹

O desejo maior que o crente tem nesse instante, é a busca da glória de Deus em tudo e todos. Viver desinteressado com as crises presente nas esferas da existência humana, não é a atitude de quem anela ver a glória de Deus. É impossível desejar glorificar ao Senhor por completo e não se preocupar com o império satânico que vêm crescendo no mundo. O cristão sincero sabe que a injustiça irá aumentar, que o mundo só atingirá a perfeição na consumação dos séculos. Mas ele se recusa a cruzar os braços, ele se recusa viver sem que o nome de Cristo seja glorificado em todas as áreas da vida. Pois em seu coração, “o fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e alegrar-se nele para sempre”².

Não é “nadar contra maré”, não é utopia, nem falsa esperança, mas é simplesmente a busca incessante para que a glória de Deus seja estabelecida na Terra. O verdadeiro cristão sabe que não é por mero esforço humano que o Reino de Deus será implantado, mas ele que tem o coração do Pai odeia a injustiça, odeia a glória do homem, odeia as crises decorrentes do pecado, e sua posição para com os problemas do mundo é que “o homem tem que viver e só pode viver coram deo”³

Referências bibliográficas

1. Kuyper, Abraham. Sphere Sovereignty. Em: Bratt, James. Abraham Kuyper: A Centennial Reader. Grand Rapids: Eerdmans, 1998.

2. Catecismo Maior de Westminster, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1991.

3. Van Til, Survey of Christian Epistemology, 97.

terça-feira, 4 de maio de 2010

A RENOVAÇÃO DO DISCÍPULO (UMA ORAÇÃO PURITANA)





Ó MEU SALVADOR,

ajuda-me.

Sou tão lento para aprender, tão propenso a esquecer, tão fraco para progredir;
Permaneço no sopé, quando deveria estar nas alturas; Sou afligido por meu coração carente de graça,
meus dias desprovidos de oração, minha pobreza de amor,
minha indolência na corrida celestial, minha consciência suja,
minhas horas desperdiçadas, minhas oportunidades perdidas.
Estou cego enquanto as luzes brilham ao meu redor:
desembaça meus olhos,
reduz a pó a perversa raiz de incredulidade.
Faz com que minha principal alegria seja te conhecer, meditar sobre ti,
te contemplar,
sentar aos teus pés, como Maria,
me reclinar sobre teu peito, como João, ser, como Pedro, atraído a teu amor,
como Paulo, considerar todas as coisas esterco.
Dá-me, tanto quanto possível, crescimento e progresso na graça;
mais firmeza em meu caráter, mais vigor em meus propósitos,
mais consagração em minha vida, mais fervor em minha devoção, mais constância em meu zelo.
Embora eu ocupe um lugar no mundo,
livra-me de fazer do mundo o meu lugar; Que eu nunca venha a buscar na criatura
aquilo que só pode ser encontrado no criador;
Que a fé não cesse de ti buscar, até que ela não seja mais necessária. Vai adiante de mim, tu rei dos reis e senhor dos senhores,
que eu possa viver vitoriosamente, e em vitória atinja meu fim.


Tradução: Márcio Santana Sobrinho
Extraído de: The Valley of Vision: A Collection of Puritan Prayers & Devotions, editado por Arthur Bennett, p.184.

extraído do site:www.monergismo.net.br

postado por Felipe Ferreira Inácio

terça-feira, 2 de março de 2010

Missão Integral: Uma pequena viagem


Postado por: Diêison O. Pereira

A visão de missão integral se enquadra a muitos aspectos sobre evangelização e ação social, na qual, passam a focalizar sua fundamentação e aplicação à luz da prática pastoral e missionária. Partimos de um princípio básico onde encontramos muitas diferenciações entre a responsabilidade tanto Evangelística como Social. Agora, será que Evangelização e Ação Social são distintas em termo de responsabilidade humana sem que nos tornemos culpados de distorcer as palavras de Jesus? Digo que o real não está apenas no coração humano, mas também nas estruturas sociais. A missão de todos e principalmente das igrejas inclui tanto na proclamação do Evangelho quanto sua demonstração. Precisamos, pois, evangelizar e de responder as necessidades humanas imediatas e trabalhar por transformações sociais.
Não há dicotomia bíblica entre a palavra falada e a palavra que se faz visível na vida do povo de Deus. Os homens olharão ao escutarem, e o que eles viverem deve estar em consonância com o que ouvem. Há tempos em que nossa comunicação pode dar-se por apenas atitudes e ações, e há outros em que a palavra falada estará só: mas precisamos repudiar como demoníaca a tentativa de impor uma linha entre a evangelização e a preocupação social. A missão integral é a sinalização histórica do reino de Deus, que será consumado na eternidade. A igreja, o corpo de Cristo, é o instrumento prioritário através do qual Jesus, o cabeça, exerce seu domínio sobre todas as coisas, no céu, na terra e debaixo da terra, não apenas neste século mas também no vindouro.
Sua missão aqui agora é a manifestação do Reino como uma realidade presente em sua própria pessoa e ação, em sua pregação do evangelho e em suas obras de justiça e misericórdia. Portanto, tornar o Reino de Deus historicamente visível como uma realidade presente, não é ter um mero apêndice da missão, mas uma parte integral da manifestação imediata do Glória do Pai: elas apontam para o reino que já veio e para o que está por vir.
Ser um sinal histórico do reino de Deus, levando o evangelho todo para o homem todo, priorizando relacionamentos envolvendo todos os seus freqüentadores além dos limites, Culto-Clero-Domingos-Templo.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Apologética para hoje


postado por Felipe F. Inácio

Desde a era apostólica, o Cristianismo foi firmado com base na defesa da fé. Em cada circunstância foi necessária uma mudança de metodologia, apesar da doutrina em si permanecer a mesma.Entretanto, em nosso tempo a apologética tem se mostrada falha, ou até mesmo inexistente. Alguns recusam o confronto e assumem uma atitude bem esponjosa, ou seja, absorvem tudo que entra em contato. Outros parecem defender a fé como se estivessem gritando para surdos, sem trazer qualquer impacto ao mundo. Se a doutrina cristã permanece verdadeira, onde a sua defesa falhou?
No auge do iluminismo, a razão era a rainha da verdade. Os pensadores daquela época acreditavam fielmente que a ciência era capaz de desvendar qualquer mistério presente no mundo. Eles repudiaram a imposição da verdade pela Igreja e só julgavam algo verossímil desde que fosse racionalmente comprovado. A Reforma surgiu nesse contexto. Apesar de René Descartes, considerado o pai da modernidade, nascer bem depois de Lutero e Calvino o clima intelectual já era manifesto no ambiente reformado. O próprio Lutero negou uma retratação da sua doutrina em detrimento da sua razão. Assim, o Protestantismo cresceu juntamente com a modernidade.
Na medida em que o pensamento científico se desenvolvia, novas descobertas eram realizadas e algumas desafiavam os ensinamentos bíblicos. Por conseguinte, os cristãos se empenhavam em buscar uma resposta que não comprometesse nem a Bíblia, nem a Ciência. A apologética era baseada na apresentação de fatos. A lei da não-contradição era fundamental na modernidade. A noção de que se algo é verdadeiro o oposto é falso era fator central na argumentação. Logo, a apologética era realizada através da apresentação de fatos por meio de um pensamento antitético.
No entanto, o ideal iluminista foi se desmoronando por não conseguir dar respostas a todos os dilemas da humanidade. A esperança de se buscar a verdade, cada vez mais foi se acabando. O que se percebia, era uma série de discussões e apresentação de fatos que se contrariavam mutuamente. Hegel, um filósofo alemão, propôs então, a idéia de síntese. Colocando em termos bem práticos, ao invés da busca pela verdade ser baseada em algo verdadeiro e seu oposto falso, a síntese hegeliana propõe que a verdade será a fusão das duas proposições anteriormente contraditórias. Hegel não falou propriamente com essas palavras, mas foi esta a conseqüência de sua filosofia. Com o desenrolar desse pensamento, a verdade se tornou subjetiva, dependente do contexto cultural, político ou social. Em um diálogo não há mais uma pessoa certa e outra errada. Os dois, independente de sua proposição, chegam ao seu objetivo. Anteriormente, a verdade era cativa à razão, agora é estabelecida pela vontade humana. Não há mais uma busca pela verdade iluminista, mas sim de uma verdade existencial que proporcione satisfação do indivíduo.
Com a perda da noção de antítese, a apologética cristã se depara diante de novos desafios. Não faz sentido provarmos que o Cristianismo é verdadeiro por meios convencionais. O homem pós-moderno não está mais pedindo fatos que comprovem a nossa fé. Ele passa do fundamento racional para um fundamento emocional. Vemos que no meio cristão há duas posições errôneas. A primeira é tentar usar uma apologética modernista, discutindo a partir das provas. A segunda é abrir mão dos princípios bíblicos e dar ao homem a oportunidade de abraçar um cristianismo de acordo com seu perfil. Essas atitudes são bem notórias em igrejas tradicionais e neopentecostais, respectivamente.
Que poderíamos então fazer diante deste dilema humano? Duas atitudes registradas na Bíblia responderão bem a essa pergunta. A primeira é o modo de Paulo agir diante dos atenienses. O Apóstolo encontrou um ponto de contato dentro da cultura de Atenas. Quando aquele povo contemplava a natureza, eles viam traços divinos nela. Apesar de adorarem a muitos deuses, os atenienses não estavam satisfeitos, eles sentiam que estava faltando algo. A atitude deles em fazer um altar ao “deus desconhecido” mostrou que dentro do coração deles existia a idéia de um Deus diferente dos demais. Paulo apresentou o “deus desconhecido” como o Ser Supremo, Criador do Universo e único Senhor. Outro fato que requer nossa atenção é a própria atitude de Jesus Cristo. O Deus-filho assumiu a forma humana, sentiu as mesmas tribulações que nós, participou da nossa dor e andou conosco, apesar de ter vivido sem pecado. Por mais que Ele assumisse um corpo inferior e vivesse rodeado de pecadores, Cristo não temeu assumir nossa forma.
Se realmente quisermos ter uma apologética relevante hoje, devemos observar esses dois exemplos. Os “atenienses” de hoje procuram por algo que dê sentido a existência humana. Algo que venha abarcar todas as áreas da vida. Que apresente um mundo melhor. Quando o homem encontrar no Cristianismo as respostas de todas as suas perguntas, ele não verá necessidade em procurar outros caminhos e assumirá que a doutrina cristã é verdadeira. Se eles procuram a “verdade que funciona”, então mostraremos que somente o Cristianismo funciona perfeitamente em tudo. No entanto, ficaremos inertes se permanecermos distantes. Se não assumirmos a mesma atitude de Cristo vindo a Terra. Se não participarmos da dor que sente o coração do homem. Se insistirmos em agir com uma intelectualidade teórica, continuaremos a gritar sem que ninguém nos ouça e se deixarmos que o cristianismo seja transformado de acordo com a vontade humana, este só será mais um entre todos os outros credos. Portanto, é necessário que a defesa do Cristianismo preencha todos os espaços vazios do homem e venha a ser pregado em sua linguagem.