Qual é a natureza da realidade final? Seria uma unidade ou uma diversidade? A realidade é una ou múltipla? E em relação à Deus, podemos afirmar que ele é uma unidade absoluta ou existe diversidade no ser de Deus? Qual é a melhor maneira de entender as várias representações da atividade de Deus no mundo? Acerca dessas questões, que remontam desde os pré-socráticos, surgiram várias tentativas para solucioná-las, no entanto a maioria das teorias que se apresentaram não responderam completamente aos dilemas levantados. A doutrina da trindade, surgida no contexto neotestamentario, respondeu com precisão os problemas expostos. Todavia, teorias como o modalismo, o sabelianismo e o subordinacionismo foram expostas na era patrística e não fizeram jus as Sagradas Escrituras.
O sabelianismo é a noção de que só existe uma pessoa divina, Deus o Pai, que se manifesta nas três formas, Pai, Filho e Espírito Santo, ou seja, Deus é uma pessoa que se transformou no transcorrer da história. Uma outra teoria que se assemelha com esta é o modalismo. Segundo essa corrente, Deus apresentou-se de três modos, mas não existe eternamente como três pessoas, pois Deus é somente uma pessoa. O subordinacionismo acredita que a essência de Deus está inerente às três pessoas da divindade que coexistem num relacionamento hierárquico. Nesse sistema a essência do Filho é subordinada e dependente ao Pai. O Espírito Santo é subordinado aos dois. Então a divindade do Filho e do Espírito é derivada do Pai. A relação hierárquica implica que o Filho e o Espírito são inferiores ao Pai.
Vários gigantes da Igreja se levantaram pra defender a genuína doutrina da Trindade, na patrística com Agostinho e João de Damasco e na Idade Média principalmente com João Calvino. Este sustentou a doutrina da Igreja primitiva de que Deus é uma única essência que subsiste em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, entendo que ela era “o principal artigo de nossa fé”. Esta distinção está bem longe de contraditar a implicíssima unidade de Deus, que se permita daí provar que o Filho é um só e único Deus com o pai, porquanto, a um tempo, com ele compartilha de um só e único Espírito, mas o Espírito não é algo diverso do Pai e do Filho, visto ser ele o Espírito do Pai e do Filho. Com efeito, em cada uma das análises, se compreende que a natureza inteira de Deus está em uma propriedade específica. O Pai está no Filho; o Filho está no Pai, e o Espírito está em ambos. Essa relação é conhecida dentro da Teologia como, perichoresis e circumcessio. Cristo declara: “Eu estou no Pai e o Pai está em mim.”Jo 14.10.
Calvino advertiu quanto a especulações sobre o mistério da essência divina e recusou-se a torcer as Escrituras, sustentando assim, essa doutrina. No entendimento de Calvino “ a trindade é crucial porque é um testemunho da divindade de Jesus Cristo e, assim, dá certeza da salvação realizada por ele.” O propósito do trinitarianismo de Calvino era soteriológico. Somente alguém que é verdadeiramente Deus pode redimir os que estava totalmente perdidos. Deus se revela.
Um dos aspectos que se deve salientar quando se estuda a Trindade é saber que Deus não criou o mundo por solidão. Antes de o mundo existir, já havia uma comunhão eterna de amor na Santa Trindade. Isto acarreta ao cristão, o chamado para viver em comunhão. Convocada para refletir a Santa Trindade, a comunidade cristã deve encorajar meios criativos para incluir a capacidade espiritual de cada membro, lembrando que cada cristão é importante no corpo de Cristo. Simultaneamente, todos os cristãos devem estar conscientes de suas responsabilidades, submissão e autodoação. Para se assemelhar ao Deus trino, a igreja local tem que cultivar amizades profundas. Para isto, deve-se investir em grupos pequenos, retiros e outras formas de comunhão que contribuam para reunir em amor o povo de Deus, exaltando a alegria e o amor da Trindade, e prefigurando assim, a comunhão abençoada do Paraíso. No entanto, o mesmo cuidado mútuo não está limitado aos cristãos na igreja local. O senso de unidade e diversidade no corpo de Cristo deve estender-se às outras igrejas – que não devem ser vistas como uma espécie infeliz de competição denominacional – como congregações companheiras na igreja universal do nosso Senhor.
Sendo assim, a Trindade não é simplesmente algo racional ou impraticável, apesar de alguns não conceber a idéia simultânea de unidade e diversidade. A lógica humana não consegue abranger tamanho conhecimento. Mas para o verdadeiro cristão, é uma doutrina fundamental para o relacionamento entre Deus e os homens. Portanto, devemos evitar toda racionalização barata sobre a doutrina da Santíssima Trindade. Como bem disse Millard Erickson: “Tente explicá-la, e vai perder sua mente; tente negá-la, e vai perder sua alma.”
Gloria Patri et filio et Spiritui Sancto, Sicut erat in principio et (est) nunc et (erit) semper et in saecula saeculorum
O sabelianismo é a noção de que só existe uma pessoa divina, Deus o Pai, que se manifesta nas três formas, Pai, Filho e Espírito Santo, ou seja, Deus é uma pessoa que se transformou no transcorrer da história. Uma outra teoria que se assemelha com esta é o modalismo. Segundo essa corrente, Deus apresentou-se de três modos, mas não existe eternamente como três pessoas, pois Deus é somente uma pessoa. O subordinacionismo acredita que a essência de Deus está inerente às três pessoas da divindade que coexistem num relacionamento hierárquico. Nesse sistema a essência do Filho é subordinada e dependente ao Pai. O Espírito Santo é subordinado aos dois. Então a divindade do Filho e do Espírito é derivada do Pai. A relação hierárquica implica que o Filho e o Espírito são inferiores ao Pai.
Vários gigantes da Igreja se levantaram pra defender a genuína doutrina da Trindade, na patrística com Agostinho e João de Damasco e na Idade Média principalmente com João Calvino. Este sustentou a doutrina da Igreja primitiva de que Deus é uma única essência que subsiste em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, entendo que ela era “o principal artigo de nossa fé”. Esta distinção está bem longe de contraditar a implicíssima unidade de Deus, que se permita daí provar que o Filho é um só e único Deus com o pai, porquanto, a um tempo, com ele compartilha de um só e único Espírito, mas o Espírito não é algo diverso do Pai e do Filho, visto ser ele o Espírito do Pai e do Filho. Com efeito, em cada uma das análises, se compreende que a natureza inteira de Deus está em uma propriedade específica. O Pai está no Filho; o Filho está no Pai, e o Espírito está em ambos. Essa relação é conhecida dentro da Teologia como, perichoresis e circumcessio. Cristo declara: “Eu estou no Pai e o Pai está em mim.”Jo 14.10.
Calvino advertiu quanto a especulações sobre o mistério da essência divina e recusou-se a torcer as Escrituras, sustentando assim, essa doutrina. No entendimento de Calvino “ a trindade é crucial porque é um testemunho da divindade de Jesus Cristo e, assim, dá certeza da salvação realizada por ele.” O propósito do trinitarianismo de Calvino era soteriológico. Somente alguém que é verdadeiramente Deus pode redimir os que estava totalmente perdidos. Deus se revela.
Um dos aspectos que se deve salientar quando se estuda a Trindade é saber que Deus não criou o mundo por solidão. Antes de o mundo existir, já havia uma comunhão eterna de amor na Santa Trindade. Isto acarreta ao cristão, o chamado para viver em comunhão. Convocada para refletir a Santa Trindade, a comunidade cristã deve encorajar meios criativos para incluir a capacidade espiritual de cada membro, lembrando que cada cristão é importante no corpo de Cristo. Simultaneamente, todos os cristãos devem estar conscientes de suas responsabilidades, submissão e autodoação. Para se assemelhar ao Deus trino, a igreja local tem que cultivar amizades profundas. Para isto, deve-se investir em grupos pequenos, retiros e outras formas de comunhão que contribuam para reunir em amor o povo de Deus, exaltando a alegria e o amor da Trindade, e prefigurando assim, a comunhão abençoada do Paraíso. No entanto, o mesmo cuidado mútuo não está limitado aos cristãos na igreja local. O senso de unidade e diversidade no corpo de Cristo deve estender-se às outras igrejas – que não devem ser vistas como uma espécie infeliz de competição denominacional – como congregações companheiras na igreja universal do nosso Senhor.
Sendo assim, a Trindade não é simplesmente algo racional ou impraticável, apesar de alguns não conceber a idéia simultânea de unidade e diversidade. A lógica humana não consegue abranger tamanho conhecimento. Mas para o verdadeiro cristão, é uma doutrina fundamental para o relacionamento entre Deus e os homens. Portanto, devemos evitar toda racionalização barata sobre a doutrina da Santíssima Trindade. Como bem disse Millard Erickson: “Tente explicá-la, e vai perder sua mente; tente negá-la, e vai perder sua alma.”
Gloria Patri et filio et Spiritui Sancto, Sicut erat in principio et (est) nunc et (erit) semper et in saecula saeculorum
5 comentários:
Uma das falhas de nosso tempo é não saber viver na pratica aquilo que se acredita.Isso é de certo modo uma falha da teoria que nao condiz com a realidade, mais no caso da doutrina da Trindade é impossivel existir essa realidade se não houvesse a natureza tri-una
de Deus.
Gostei do post!
Teorico e pratico!
Onesimo Mesquita
Bela postagem! muito bem elaborada!
http://exejegues.blogspot.com/2009/08/nao-acredito-mais-no-silas-veja-o.html
http://www.youtube.com/watch?v=QXyTDsbjsnc
Grande postagem vaso a grande dificuldade dos cristãos de hoje é viver na prática aquilo que acreditam como se fosse dois patamar um em cima outro em baixo. como já dizia o vaso onesimo.
Que Deus abençoe todos os vaso que contribui com esse blog pois o mesmo é para a honra dom senhor!
ir. Ronys
Obrigado meus irmãos.
HOje em dia a ênfase do viver em comunidade é um dos aspectos bastante importante nas nossas igrejas. Conhecendo não só a teoria da divindade trina, mas também colocando-a em prática no nosso viver.
Deus abenções todos vocês.
Soli deo gloria.
Boa postagem amado ir. Diêison!
OS cristãos, como imagem de Deus, deve adotar esse espírito de diversidade e unidade. Diversidade porque somos diferentes e acreditamos em coisas diferentes, porém, unidade porque somos de um mesmo Pai e vivemos em um mesmo amor!
Soli deo gloria!!!
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