terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Deus: A verdadeira “Alethéia” do pensamento Histórico-Filosófico

Postado por Paulo César do N. Pereira.

“E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará” (Jo 8:32)

Introdução

Ao longo da história da humanidade, o homem buscou diversas formas de determinar sua resposta sobre a essência do surgimento da vida. Quando falamos de Filosofia e Religião tocamos em dois campos da reflexão e da vivência humana, que na forma de argumentação cognitiva, se interagem. Assim podemos analisar a origem do pensamento histórico-filosófico baseando-se na linha teológica cristã na sua tradicional vertente ocidental:
A Filosofia Grega, que tem como base os pensamentos dos filósofos helênicos e o Cristianismo: expressão de fé que marcou o mundo.
No período medieval, com a preposição das estruturas hierárquicas de poder da instituição Igreja e o surgimento das escolas cristãs para o fortalecimento do conhecimento teológico.
O período humanista, caracterizado pela destituição da fé, aderindo assim, o contexto cientifico-racional como proposta sistematizada de moralidade humana e a superação da fé cristã através da Reforma teológica do protestantismo.
E o período pós-moderno, o descaso da corrente existencialista, destituindo a teologia dos fundamentos morais da sociedade e criando uma continuidade angustiada e pessimista através do materialismo e a reviravolta de novas doutrinas cristãs adequando a contexto evangelístico.

1. Período Grego: Destituição do Politeísmo Mitológico pela Superação Cristã.

Os gregos destacaram-se pelo desenvolvimento do pensamento humanista e as correntes epistemológicas que se desencadearam até hoje no mundo ocidental. Sua cultura apresentada pela unicidade regional que englobava a política, religião e filosofia. A distribuição das Pólis propunha intensas disputas pela unificação absoluta do poder. Na religião, os helênicos determinaram um conjunto de personagens mitológicos que detinham autonomia na cultura local, caracterizados por cada cidade-estado, enaltecendo cada região, numa disputa não teológica, mas uma rivalidade de poder e conquista do outro. Assim, os dogmas teológicos desta “religião” ficaram de lado, sendo valorizada a força política da nação. Fenômenos físicos e naturais, a necessidade da finalidade de adoração, o propósito de vida perderam consistência.
Após a conclusão profética da chegada de Cristo e o anuncio da Boa Nova deu-se propulsão a uma nova visão de fé e a verdadeira chave da vida foi revelada para o mundo. Surge Jesus Cristo, o Verbo encarnado, apresentando a verdadeira missão dos homens, destituindo a ciência filosófica agnóstica através de seu evangelho. Não mais vários deuses que disputavam entre si a hegemonia celestial e a obediência humana, mas um único Deus, regido pela Trindade Santa. Assim, apresenta-se ao mundo a figura de Paulo de Tarso, grande perseguidor dos cristãos remanescentes, agora desvelado pela luz Espírito Santo, que instaura o processo de conversão de todo povo grego. Rebatendo o panteísmo e destituindo correntes filosóficas pagãs: “...E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição...” (Atos 17:18-34).

2. O Período das Trevas e a força da luz cristã.

A Idade Media caracterizou-se pela expansão do cristianismo em todo Império Romano e a ascensão do pensamento filosófico-teológico derivado da linha platônica pelo filósofo patrístico Agostinho de Hipona e o racionalismo aristotélico de Tomás de Aquino através do pensamento escolástico.
A instituição Igreja Católica se estabelece como detentora de todo o pensamento filosófico-cristão com base em argumentos de filósofos gregos como Platão e Aristóteles. Porém, a mesclagem do poderio religioso com o monopólio político remonta um outro cenário da vivência da Palavra de Deus. O fortalecimento do ensino intelectual se restringe a somente aos líderes religiosos proporcionando aos leigos à aceitação dos dogmas imposta pela Igreja.
Agostinho, neoplatonista, confessava ver em Platão um cristianismo em potencial, como fica evidenciado nesta passagem emblemática de seu livro As Confissões: “(...) Neles li, não com estas mesmas palavras, mas provado com muitos e numerosos argumentos, que ao princípio era o Verbo e o Verbo existia em Deus e Deus era o Verbo: e este, no princípio, existia em Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada foi criado. O que foi feito, n’Ele é vida, e a vida era a luz dos homens e as trevas não a compreenderam(...) Do mesmo modo, li neste lugar, que o Verbo de Deus não nasceu da carne e do sangue, nem da vontade do homem, mas de Deus(...)Lá encontrei ‘que o vosso filho Unigênito, eterno como Vós, permanece imutável antes de todos os séculos e sobre todos os séculos, que, para serem bem-aventuradas, todas as almas recebem da sua plenitude, e que, para serem sábias, são renovadas pela participação da Sabedoria que permanece em si. (...)”
Outros pensadores medievais propuseram novas visões ao cristianismo, estabelecendo assim, contextualização nos textos bíblicos.
De fato, anúncio do evangelho não perdeu sua força e sua eficácia, dando início onde mais tarde conheceremos como a reforma protestante perante o absolutismo católico.

3. Período Moderno: soberania da razão humana e a reforma do pensamento teológico.

A fase humanista vem à tona, uma onda do predomínio ao uso da razão como base de resposta teológica, cerne da discussão científica, põe em risco ao desenvolvimento do evangelho verdadeiro a luz da inspiração pelo Espírito Santo. O absolutismo regerá as grandes nações européias, o ápice do domínio da Igreja Católica na cultura, política e teologia.
Grandes pensadores da época, não mais colocarão o regimento das escrituras como fonte de inspiração humana, mas o método científico-racional como prova material da busca pela essência filosófico-teológica. O materialismo histórico e a cultura do sistema positivista de desenvolvimento das sociedades capitalistas posicionam como fontes de verdade e esperança ao povo sofrido.
Diante esta realidade, apresenta-se uma revolução ao pensamento cristão, resgatando a Igreja verdadeira de Cristo, novos teólogos dissidentes da perseguição aos verdadeiros cristãos rebelam-se contra a Igreja Católica, na qual ia de encontro a pensamento de Deus, e despertam para si uma nova reforma no pensamento cristão. Uma Igreja que utiliza a Palavra de Deus como fonte única de inspiração humana: "Mas nem em todos há conhecimento; porque alguns até agora comem, no seu costume para com o ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência, sendo fraca, fica contaminada." (I Coríntios 8: 7). Ocorre a libertação dos cativos cristãos perante a face dominadora da Filosofia pagã e da falsa teologia e Cristo: "Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus." (Romanos 8: 21). Assim, a única resposta ao designo da vida está no Deus Trino, aquele que não oprime mais que liberta: "A pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, há anunciar o ano aceitável do SENHOR." (Lucas 4: 19).

4. O Liberalismo pós-moderno e a esperança da Igreja de Cristo.

Convencionou-se chamar pós-industrial a era iniciada na década de 1950, logo após o término da segunda guerra mundial, quando as grandes potências retomaram a busca do progresso material e se lançaram a uma corrida pela superação técnica. No domínio do conhecimento, o período pós-moderno caracterizou-se por uma profunda modificação na própria natureza das ciências, sob o impacto da evolução da tecnologia.
Grandes nações européias determinam o capitalismo como fonte única de engrandecimento político-social. Os indivíduos não detêm em si à necessidade da crença no Deus trino e salvador e visam a uma teoria pragmática de vida. Apesar de constituir um movimento aberto e antidogmático, e ainda que seus teóricos não tenham elaborado um sistema completo, há traços gerais comuns entre seus defensores. Para os pragmatistas, a vontade antecipa-se ao pensamento. O conhecimento é concebido como essencialmente modificador da realidade, portanto, a construção da verdade deve corresponder à construção da própria realidade.
O traço mais peculiar do saber pós-moderno - o fato de definir ele próprio às regras que o legitimam - aproxima procedimentos científicos de procedimentos políticos, tornando as diferenças entre ambos cada vez mais difusas. Os critérios de legitimação do saber se confundem com os critérios do poder. A razão pós-moderna opõe, às categorias tradicionais da filosofia, novas categorias teóricas, como aumento de potência, eficácia, otimização do desempenho etc. A atividade científica, vista tradicionalmente como ato de liberdade do espírito humano, dá lugar a uma tecnologia intelectual subordinada a interesses.
Diante disso, em contrapartida, novos doutores da teologia cristã, surgidos nas maiores Universidades do mundo realizam uma análise profunda ao pensamento contemporâneo e a solução cristã de uma vida justa e digna. Nomes como Francis Schaeffer, Greg Bahnsen através da visão da Teonomia para libertação do mundo ao processo da globalização, e Herman Dooyeweerd que em uma série de brilhantes artigos, analisou, historicamente e filosoficamente, as questões complicadas da causalidade jurídica, culpa, responsabilidade, propriedade, e fontes da lei. Desde o princípio, porém, ele insistiu em ver estas questões legais, como também questões de política e sociedade, no contexto de uma teoria mais ampla da natureza e destino do homem (antropologia), do ser e da ordem (ontologia), e do conhecimento e suas fontes (epistemologia).
A superação da época derrocada pelo liberalismo, consumismo, neo-ceticismo, será o cerne da discurssão teológica cristã. Em não mais crer na liberdade humana por si só, pela auto-suficiência humana, e do livre-arbítrio, mas crer sim, na liberdade humana proposta pelo Pai aos seus filhos, na auto-suficiência de Deus em nossas vidas, e o livre-arbítrio de Deus por nós, pois somente Ele tem a real onisciência de guiar nossa vida com digna, benignidade e prudência.

5. Conclusão

Concluo na certeza da esperança humana diante os fatos históricos apresentados que resultaram na dispersão do homem ao pensamento de Deus. Somente a crença no Deus Trino, e a descrença de uma salvação no âmbito da filosofia pagã e da falsa teologia empregada é que teremos o grande desenvolvimento das nações do mundo. Com políticas justas "Porque esta é a aliança que depois daqueles dias Farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei as minhas leis no seu entendimento, E em seu coração as escreverei; E eu lhes serei por Deus, E eles me serão por povo;" (Hebreus 8 : 10), um mundo de paz entre os eleitos: "Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas." (I Pedro 1 : 2) e vida eterna "E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna." (I João 2 : 25).

5 comentários:

Anônimo disse...

A Historiaa do pensamento teorico,é marcada pela busca da verdade.Essa busca será bem sucedida se buscar na verdadeira forte de nosso conhecimento, que é Cristo onde estão escondidos todos os tesouros da Sabedoria!

Continue, Grande Kaiser!

Diêison Reformata disse...

Graça e paz seja contigo varão!

Toda verdade é verdade de Deus em qualquer área da vida Deus está em toda a verdade, uma descrição da realidade.

Parabéns Paulo César.

Diêison Reformata disse...

Graça e paz seja contigo varão!

Toda verdade é verdade de Deus em qualquer área da vida Deus está em toda a verdade, uma descrição da realidade.

Parabéns Paulo César.

Felipe Inácio disse...

César, o Grande!rsrsrs
Muito interessante a sua abordagem, nos mostra que em todas as fases da história, o genuíno Cristianismo sempre esteve no topo da verdade!



Soli deo gloria!!!

Anônimo disse...

parabéns pela iniciativa vc é uma testemunha ócular do que Deus faz na vida de um homem, continuemos em prosseguir em conhecer o Senhor.amém